Determinadas situações orgânicas podem fazer com que o dente fique
pigmentado, com manchas intrínsecas ou extrínsecas.
Os dentes podem apresentar uma alteração de sua cor natural, podendo assumir uma coloração de tom esverdeado, alaranjado, cinzento ou quase preto. Essa coloração pode ser advinda de manchas ou depósitos no esmalte, do lado de fora do dente ou por dentro dele, fazendo parte de sua constituição interna.
Depósitos sobre os dentes são denominados “manchas extrínsecas”, ou seja, manchas que não pertencem à essência do dente. Quando a mudança de cor for decorrente de uma alteração interna trata-se “manchas intrínsecas”, ou dentes pigmentados, vale dizer, há uma formação ou um acúmulo de pigmento na estrutura dentária.
Manchas intrísecas
Determinadas situações orgânicas podem fazer com que o dente fique pigmentado, com manchas intrínsecas.
Os fatores que provocam essas condições decorrem de drogas usadas no tratamento de canal, ou de pigmentos da decomposição do sangue, quando há um derramamento dele dentro do dente, por traumas, batidas e fraturas dentárias.
Se um bebê tiver icterícia grave e persistente no período neonatal, os dentes de leite poderão assumir uma coloração azul-esverdeada e, algumas vezes, marrom, que pode se reduzir gradualmente e é particularmente observável nos dentes anteriores.
Existe um raro distúrbio genético, caracterizado pela excessiva produção de pigmentos no corpo e que pode ser observado ao nascimento ou se desenvolver durante a infância, chamado “porfiria congênita”. As crianças com porfiria têm urina vermelha, são sensíveis à luz e entre outros sintomas têm os dentes de cor violácea-acastanhada.
Crianças com fibrose cística têm dentes de coloração escura, variando do cinza-amarelado para o castanho-escuro.
Antibiótico e as manchas
Crianças tratadas com antibiótico do grupo químico das tetraciclinas, durante o período de formação dos dentes, têm um grau de pigmentação nas coroas, variando do amarelo para o marrom e do cinza para o preto.
Esse medicamento dificulta a formação do esmalte (porção brilhante e esbranquiçada do dente) e da dentina (porção situada abaixo do esmalte), provocando alterações na estrutura e na cor dos dentes.
Por essa razão, as tetraciclinas devem e têm sido evitadas, nunca devendo ser prescritas a gestantes e crianças.
Na década de sessenta, a tetraciclina foi muito utilizada, tendo sido responsável por manchar os dentes de muitas pessoas hoje com idade de 40 a 50 anos. Foi por causa da pigmentação causada pela tetraciclina, que se originou o mito de se dizer que os antibióticos “estragam” os dentes e até hoje quando as crianças desenvolvem a doença cárie atribui-se a culpa a esse medicamento.
É preciso, então, não confundir: o antibiótico em si não provoca a doença cárie. Um determinado grupo de antibiótico é que leva a uma alteração na coloração e na estrutura dos dentes.
Vale aqui lembrar que as crianças com infecções crônicas, necessitando ingerir frequentemente o antibiótico, sob a forma de xarope, devem ter um bom controle de higiene bucal, pois correm o risco de desenvolver a doença cárie, por causa do veículo do antibiótico, que é açucarado.
As manchas intrínsecas são quase sempre decorrentes de significativas alterações orgânicas e, até por esse motivo, é fácil perceber que são de difícil remoção. No entanto, atualmente, já se pode contar com o branqueamento vital de dentes intrinsecamente pigmentados, técnica que se tornou bastante conhecida, incluindo um procedimento cosmético seguro que permite o clareamento dos dentes.
Manchas extrínsecas
As manchas extrínsecas são causadas por agentes que podem ser removidos da superfície dos dentes com material apropriado, empregado pelo dentista, com a finalidade de remover a mancha e polir os dentes.
As substâncias capazes de manchar os dentes depositam-se nos defeitos do esmalte ou se tornam aderidos a ele, sem acarretar alteração em sua superfície. Esse tipo de mancha, de coloração verde, alaranjada ou negra, pode ser de origem microbiana ou advindo de substâncias contendo ferro, usada por via oral e causada por medicações ou por determinados tipos de alimentos, como a alga e o shoyu.
A causa da mancha verde, observada com mais freqüência em crianças e jovens, acredita-se que resulte da ação de bactérias cromogênicas sobre o esmalte. O depósito em geral fica aderido nos dentes superiores, da frente, na região próxima à gengiva. Depois de removida a mancha, o esmalte dentário deve ser bem polido, porque a superfície áspera do esmalte favorece o seu reaparecimento.
A causa da mancha alaranjada é igualmente desconhecida e pode ser removida com mais facilidade do que as manchas verdes. Em geral, encontra-se na porção do dente mais próxima à gengiva e está associada à higiene bucal precária.
As manchas negras são ainda menos comuns que as verdes e alaranjadas e surgem como uma linha, acompanhando o contorno gengival e em áreas ásperas ou em depressões. É interessante notar que muitas crianças que apresentam manchinhas negras são relativamente imunes à doença cárie.
As manchas do tipo extrínseco podem ser removidas pelo dentista, com a limpeza e o polimento dos dentes. Como essas manchas aparecem, com mais freqüência, em bocas em que a higiene é deficiente, a melhora da higiene bucal e o controle da placa bacteriana minimizarão a recidiva da mancha.
Manchas extrínsecas não conseguem aderir em superfícies de dentes limpos, polidos e brilhantes.
Fonte: http://odontologika.uol.com.br/dentesmanchados.htm
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